Porque Portugal tem sido Lisboa

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Governo concessionário Renault Nissan

O Governo e a aliança Renault-Nissan assinaram um acordo, em Lisboa, a 9 de Julho de 2008. O acordo "destina-se à comercialização em Portugal de automóveis eléctricos, que serão lançados em larga escala em 2011, e à definição da respectiva rede de abastecimento", ver Governo.

No acordo não está previsto qualquer investimento por parte da aliança Renault-Nissan que, recorde-se, fabrica e vende automóveis - o investimento de um bilhão de euros e criação de 35.000 empregos não veio para Portugal, foi para Marrocos, em Setembro de 2007 (ver, e.g., Marrocos).

Valor acrescentado nacional com este acordo de 2008 entre Portugal e a Renault-Nissan: zero. Visto da paisagem, parece que o Governo se tornou um concessionário automóvel, comprometendo-se a vender aos portugueses automóveis eléctricos da Renault-Nissan. Como!?

A não ser que... a não ser que o acordo agora assinado implique a compra por parte do Estado de automóveis eléctricos para distribuir pelos funcionários públicos. Aí já se torna lógica e constitucional a assinatura do acordo: insere-se na lógica da despesa.

Na mesma lógica se compreende a autonomia de 160 km prevista pela própria Renault-Nissan para os automóveis eléctricos que o Governo pretenderá comprar para os funciónarios públicos: não se destinam a sair da capital.