Porque Portugal tem sido Lisboa

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Portugal e o proteccionismo

Novo fracasso na ronda Doha de conversações multilaterais no quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC): em 29 de Julho de 2008, um pacote de desenvolvimento avaliado pela OMC em 130 bilhões de dólares/ano de poupanças em tarifas e consequente dinamização do comércio mundial, em benefício de todos, mas muito particularmente dos países menos desenvolvidos, foi recusado pelos países mais desenvolvidos (ver OMC).

Portugal e os demais países pequenos saem muito prejudicados desta deriva proteccionista nesta nossa nova era da já denominada crise dos três F: Fuel, Food, Financial crunch. Como é sabido, como País, dependemos do comércio internacional para nos sustentarmos em alimentação, energia e dinheiro (ver, e.g., citação de relatório de Julho de 2008 do FMI). O não avanço das reformas da OMC faz surgir proteccionismo onde as necessidades de desenvolvimento mundial pedem livre comércio, faz re-surgir bilateralismo em lugar de negociações multilaterais e, de extrema importância para nós, em lugar de coordenação global das negociações, trarão reforço do regionalismo, no sentido de blocos regionais de nível mundial; no nosso caso, o bloco regional constituído pela União Europeia (UE) - com a Alemanha a defender o proteccionismo industrial, a França a defender o proteccionismo agrícola e a Grã-Bretanha a defender a liberalização dos serviços.

O que é bom para o bloco regional UE não é necessariamente bom para Portugal. Visto da paisagem, parece impossível aceitar que, depois de a Comissão Europeia ter assumido uma posição proteccionista, o Governo português ainda reconheça os esforços que fez nesse sentido... ver Governo.