Porque Portugal tem sido Lisboa

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Que vamos fazer com tantos Bancos intervencionados?

A onda de nacionalizações e intervenções estatais em instituições financeiras estendeu-se por todo o mundo ocidental desde o triunfo da social-democracia que proclamámos em 8 de Setembro de 2008 Ver.

Utilizando o top 1000 mundial de Bancos (publicado anualmente pela revista "The Banker", classificando-os por capitais próprios), em 2007 (edição de Julho de 2008), eram privados e são agora públicos (no duplo sentido de pertencentes a diferentes Estados ou de terem sido em diversas medidas intervencionados pelos respectivos Estados), os seguintes Bancos europeus:

#22 mundial, #1 da Belgica: Fortis
#62 mundial, #2 da Irlanda: Bank of Ireland
#82 mundial, #9 da Alemanha: Hypo Real Estate
#91 mundial, #3 da Irlanda: Anglo Irish Bank
#145 mundial, #8 do Reino Unido: Northern Rock
#216 mundial, #12 do Reino Unido: Bradford & Bingley
#232 mundial, #3 da Islândia: Glitnir

Para colocar em proporção, os 3 maiores Bancos de Portugal ocupavam as seguintes posições nesse top de 2007:

#128 mundial: Caixa Geral de Depósitos
#132 mundial: Banco Espírito Santo
#149 mundial: Millennium Bcp

É bem verdade que Portugal não sofre uma crise bancária desde 1980. E nem se espera que venha sofrer agora, dada a relativa insularidade do nosso sistema financeiro. Mas conhecemos bem o que se segue às nacionalizações de Bancos, nomeadamente:

- conservadorismo na gestão, em muitos casos levando à exaustão o conceito de gestão prudente, esquecendo a gestão sã;
- falta de inovação, por falta de incentivo;
- falta de motivação para a expansão, por falta de pressão accionista;
- em geral: mau serviço ao cliente e ao Estado dono.

Daí a pergunta que, visto da paisagem, se impõe colocar: que vai o mundo fazer com tantos Bancos intervencionados?

Se tudo correr mal, nada. Impõe-se o modelo socialista.

Se tudo correr bem, privatiza-os. Impõe-se o modelo social-democrata.