Porque Portugal tem sido Lisboa

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A Lisboa dos pequeninos

Mais um fim-de-semana de trabalho para o mundo globalizado, mais uma segunda-feira negra para os mercados financeiros e onde estão o Governo e a imprensa de Lisboa?

O primeiro-ministro estava num comício partidário, em campanha para as eleições regionais dos Açores. Quando falavam em conferência de imprensa os chefes de governo do agora denominado G4 (Alemanha, França, Reino Unido e Itália), ao mesmo tempo e de então para cá, do nosso Governo recebemos um incompreensível silêncio. Nem uma palavra, nem uma explicação.

Da nossa imprensa lisboeta (infelizmente, não há outra com dimensão nacional), entorpecida pelo futebol e pelo cientismo político cortesão, vem a cobertura dos verdadeiros governantes de Portugal: face ao silêncio dos nossos políticos, por ausência generalizada de interesse em amplificar ideias de estadismo (que não vende publicidade), são os dirigentes desportivos quem emparelha com os dirigentes do G4 e com os cómicos do Zé Carlos.

Entretanto, os Bancos sofrem uma crise de liquidez; as Bolsas na Ásia, Europa e América caem em queda livre; os EUA já admitem mais 200 bilhões de dívida, em cima dos outros 700; o Euro desvaloriza... Enquanto o iene valoriza (Ver) - quando já se sabia que os japoneses têm liquidez e vêm às compras no mundo ocidental (Ver).

Visto da paisagem, o Governo de Lisboa está distraído. Soberania é verbo de encher constitucional. Se queremos encontrar governação correspondente aos nossos destinos pessoais e como País teremos de olhar para Berlim, Paris, Londres ou Roma. Já não é Lisboa quem nos governa. Lembra Coimbra, o Portugal dos pequeninos.